Novo fóssil de dinossauro é encontrado em Restinga Sêca

Novo fóssil de dinossauro é encontrado em Restinga Sêca

Arte: Johhny Pauly

Um estudo publicado no periódico científico The Anatomical Record, no último 16 de novembro, apresentou o segundo registro de um dinossauro para o município de Restinga Sêca. O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Maurício Garcia, Flávio Pretto, Sérgio Cabreira, Lúcio da Silva e Rodrigo Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa), vinculado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O achado é particularmente significativo pelo fato de que fósseis de dinossauros ainda são raros em Restinga Sêca. A descoberta envolve um ílio esquerdo – osso que faz parte da cintura – descoberto por Dionatan Cabreira enquanto ajudava o pai, Sérgio, a procurar fósseis.
As características ósseas indicam que o fóssil pertenceu a um dinossauro de um grupo chamado Herrerasauria. No mundo, dinossauros desse grupo são conhecidos no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos.

A espécie

Os herrerassauros compreendem um grupo intrigante de dinossauros que existiram por volta de 230 milhões de anos atrás, no Período Triássico. Esses animais representam os primeiros dinossauros predadores de médio a grande porte, podendo atingir até seis metros de comprimento. Embora a condição fragmentária do novo fóssil impeça o seu reconhecimento em nível de espécie, a descoberta sugere a presença de uma diversidade oculta de dinossauros no Triássico do Rio Grande do Sul, já que ele é diferente de todos os outros herrerassauros brasileiros.
Segundo a equipe de pesquisadores, essa descoberta destaca a importância de se analisar fragmentos de espécimes para que se quantifique com maior precisão a diversidade de formas extintas.


Foto: Jeung Hee Schiefelbein


Estudo

A pesquisa recebeu apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e foi desenvolvida como parte da dissertação de mestrado de Maurício Silva Garcia, pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da UFSM, sob orientação do paleontólogo Rodrigo Temp Müller. O fóssil está tombado na coleção científica do Cappa.

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